segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Melhoras, Vô.

Os últimos meses foram difíceis pra mim, e pra minha família por parte de pai. Isso, porque meu vô Paulinho, pai do meu pai, descobriu que tem pneumonia. E na verdade descobriu tarde demais, de uma forma não muito legal! Ele ama ir pro sertão. Um lugar que tem esse nome, por que não tem energia, água encanada, fogão a gás, e nada de conforto. Um lugar que fica a uma hora e meia de carro, da zona rural a dentro, e depois que desce do carro, tem que ANDAR mais uma hora e meia, em trilhas. (A última vez que fui lá, eu contei AQUI!). Geralmente ele vai acompanhado, só que dessa vez não. Ele foi, deu uma data pra voltar, como ele sempre fazia, mas não voltou conforme era o combinado. Meus tios ficaram preocupados, e foram atrás dele pra ver o que tinha acontecido. E por sorte, o encontraram a tempo. Ele estava na cama, sem comer e sem beber a dois dias. Com muita tosse e muita dor, teve que ser trazido pra casa nos braços. Levaram ele imediatamente para o hospital, ele foi medicado, e o medico avisou, que se ele tivesse ficado por mais um dia onde ele estava, na situação que ele estava, ele não teria suportado. Começou aí uma grande luta. Descobriram que era pneumonia, idas e vindas do hospital, passou dias internado. E minha família, como todos são muito apegados a ele, sempre preocupados. No final de agosto, a situação dele piorou, ele foi pro hospital, ficou inconsciente, foi pra área reservada com sintomas de tuberculose, saiu, até que descobriram que a pneumonia havia se transformado em câncer. No dia da correria pra ARRUMAR MEU EMPREGO, três dias depois da descoberta, meu pai me liga chorando, pra me dar a pior notícia que já recebi. O médico abriu o jogo com a minha família, e disse que ele não iria conseguir suportar por muito tempo, e deu um tempo máximo de 1 mês! Mandou eles escolherem, se era pro meu vô ficar na Retaguarda do hospital, ou se era pra ele voltar pra casa, e esperar pelo pior lá. Claro que escolheram voltar pra casa, pq seria isso que ele iria escolher se ele tivesse conseguindo se expressar. Quando ele chegou em casa, foi visível a felicidade dele em ter todos os netos (são 14!) em volta, falando, dando bença, todos os filhos, amigos visitando e etc. O movimento naquela casa era enorme, até o ex-prefeito da cidade foi visitar ele. Hoje, faz UM MÊS que recebemos a notícia, e minha família chega a dizer que foi milagre. Ele está 90% melhor, não sente mais falta da ar, anda, come, vai no banheiro (ele chegou a usar fraldas!), fala, ri, e etc. As piadas dele com a minha vó, do tipo: 'Essa minha velha quer mesmo é que eu volte pro hospital, pra ela voltar a pintar unha, e virar biscate', continuam. (Calma, não se assuste, ele é hiper brincalhão, e minha vó cai na brincadeira.).


Estou muito feliz em ver como ele está hoje. Muito mesmo. Estou indo visita-lo toda semana. E amo conversar com ele sobre meu trabalho, já que ele sempre me falou que o sonho dele era me ver trabalhando. Até me pediu desculpas por ele não ter me dado os parabéns quando eu consegui, pq ele tentava falar, mas como ele estava muito ruim, a falta de ar não deixava. Desculpei, claro. Abracei, dei um beijo na careca dele como sempre faço, e continuamos a conversa.

O herói do meu pai, tmb é meu herói. 
Vô, te amo!

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